quarta-feira, 30 de março de 2011

Florescendo o Sagrado Feminino



"Procure imaginar-se envolvido por cordas luxuriantes e cheias de sensualidade de uma época distante. Uma música plena de espírito, expressão de um povo livre e impetuoso. Música que era como uma segunda linguagem, meio de expressão de suas vidas e de seus anseios. Época das mulheres de longos cabelos de azeviche derramados nas costas, roupas e cores bem vivas e pés descalços que lhes pareciam permitir saborear o contato com o solo. Dos homens vigorosos, de grande sensibilidade e conceito de liberdade total. Homens capazes de penetrar céu adentro com os olhos da alma, sempre que quisessem inclusive deleitar-se com as estrelas da noite. A fogueira lança ao alto suas chispas e espalha sua luz alaranjada, que faz dançar as sombras dos que se reúnem em torno dela. O dia já está bem para trás; as sortes já foram lidas e aqueles homens de tez morena tomam seus violinos e penetram noite a dentro a cantar e a acompanhar as dançarinas, que vão ganhando vivacidade e ardor.”